sexta-feira, março 09, 2012

Ah...

- Vamos escrever um poema?
- Vamos parar um pouco com a tecnologia e guardar registros em HD?
- Vamos guardar também aquele primeiro olhar que a gente sabe que não vai ser o último e que vamos ter que nos lembrar deste quando os outros parecerem mentira?
- Vamos começar?
- Se der pra você ser menos direto às vezes sai um bem bom.
- Sabe como é, essa logo não me inspira muito se juntada ao nome da loja.
- Mas quando seu olhar no meu se cruza a gente se vê um no outro e a logo logo fica pra trás, olha aqui...
- ...
- É que hoje eu trouxe o amor pra passear, mas parece que ele gostou mais de você, e o mais impressionante é que o amor que costumava ser só meu não me causa ciúme nenhum em te querer mais que a mim, mas.
- ...
- mas é tão desimportante que eu te diga isso. O amor que é meu não vai te satisfazer como me fez, e ele assim se torna inútil já que agora ele te quer mais que a mim. Agora fica pra você. Faz dele o que quiser...
Eis que o amor que até então não tinha se pronunciado, mas sim, descolorado, parte deixando os dois, o que pertencia e o que nunca iria pertencer.

Nenhum dos dois se levanta.
-A história acabou muito rápido!
- Nós ainda temos metade da página. Será que dá tempo?
-Levanta! Vai atrás do amor pra me trazer de volta, para de pensar, só vai!
- ... Agora ele tá muito longe.
- ...
- Não vou alcançar a tempo.
- Tempo de quê?
- De te ter de volta com o primeiro olhar, depois do último não consigo me lembrar!
- Eu vou embora.
- Não! Olha, eu quase falo agora aquilo que as pessoas se dizem quando o "gostar" se torna muito pouco, insuficiente...
- Mas o amor foi embora.
- Por isso (eu não disse)...
- Por isso (ele foi embora)...

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