sexta-feira, março 09, 2012
Furta-Cor
E a fome passou..
Tal como o tempo, este que você acabou de sentir no seu rosto, como um mudar de pele.
Se sobrou cheio, sobrou cheio de vazio, cheio de estômago corroído, cheio de dor mal sentida.
Mas a fome... a fome passou...
A fome de provar as novas sensações de sabores, a fome de escrever em cada página vazia, a fome de viver o inesperado, a fome do aguardo.
Estou farta do nada, me sou farta de nada, sinto falta de tudo.
Tudo aquele que pode ser nada num estalar de dedos, piscar de olhos, beijar de borboletas, beijar de esquimó. Perdi a fome. Me sobra o vazio que corrói, que anula, que acaba com toda e qualquer perspectiva, expectativa.
A avenida do meu carnaval tá vazia e pelo que parece ninguém vai limpar tão cedo.
Meu samba-enredo nao venceu e minha porta-bandeira desistiu do cargo.
As cores se foram e nem o preto e branco e mudo se mostram charmosos. Charme não há e pra quem vê, calma me sobra.
Me perdi, me perdi dos demais. Estou farta, sem fome e perdida.
Perdida em mulher que se acha em filhote de mariposa por distração. Perdida em mulher que não solta trejeitos e truques infantis.
Perdida na estação do meu carnaval.
Não tenho certeza se mantenho minha avenida ou não estou mais nela.
Os homenzinhos que mantém minha fome estão fracos.
Estão secos e ardem, não de desejo, de nada! De fartura de nada no caminho que leva a lugar nenhum e faz só...
Só e perdida.
Não, o meu carnaval não tem fim...
meu coração, sim.
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Como poderia o seu coração ter fim?
ResponderExcluirEscreveste um ode à fome
Revelou o estômago vazio
Desabafou enaltecendo a dor
Sua procura não acabou, menina.
Quem grita
é seu coração.
O coração romântico tem fim, mas já já se regenera.
ExcluirÉ puro drama estético, mas não digo que não senti, sinto e sinto enaltecendo a dor porque é ela que tá em evidência.
Mas logo passa, a dor só é boa em mim pra me ser/fazer inspiração.
Obrigada pelo comentário, Anônimo!
da próxima vez se mostre!
=]